A saúde de Santo Estevão está em pauta na mais importante cidade do cenário político do país. Nesta terça-feira (02), começou em Brasília o XXXV Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, evento no qual representantes da saúde pública de todo o território nacional têm a oportunidade de compartilhar experiências exitosas na 16ª Mostra Brasil aqui tem SUS. Uma delas está presente no trabalho do dentista e coordenador de saúde bucal Danilo Avelar, selecionado dentre mais de 250 projetos no estado da Bahia.
Intitulado ‘Acesso à saúde bucal ao paciente com necessidades especiais’, o projeto, que conta com a participação (coautoria) da secretária de saúde Orlandina Nascimento e do técnico em avaliação e monitoramento de planejamento, Juscival Júnior, se baseia na história de um paciente de 23 anos, portador de transtornos mentais e que nunca havia recebido atendimento odontológico. “A mãe dele chegou desesperada. Como o filho fica agressivo e tem movimentos involuntários, nenhum dentista se sentia seguro para atendê-lo”, conta Danilo.
Segundo o dentista, que é responsável pelo serviço de cirurgia e estomatologia do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), aquela situação despertou toda a iniciativa, pois ele pôde perceber o quanto é difícil o acesso à saúde, neste caso, bucal, para pacientes com necessidades especiais. “Na Bahia, temos apenas três hospitais especializados nesse tipo de atendimento. Porém, apenas um funciona, e fica em Salvador. Então, sensíveis a causa, decidimos implantar no próprio município, já que dispomos dos recursos necessários. Foi aí que decidimos realizar o atendimento deste paciente em nosso hospital municipal, com uma equipe formada por médico, odontólogo, enfermeira e técnicos. E foi um sucesso”, relata.
Ainda de acordo com Danilo, a importância do projeto reside em sua abrangência, haja vista que a expressão ‘paciente com necessidades especiais’ não se refere apenas às pessoas portadoras de incapacidade permanente. “O serviço também está disponível para indivíduos que estão momentaneamente em situação de vulnerabilidade e, por isso, se equiparam às de necessidade especial, como gestantes, diabéticos descompensados, pessoas que estão sofrendo com determinada fobia ou ansiedade, dentre outras. É uma questão de entender que naquele momento o paciente está numa condição adversa e precisa de um atendimento diferenciado”, explica.
O autor do projeto vencedor receberá um prêmio de R$ 10 mil. No entanto, a saúde bucal de nossa cidade já tem motivos de sobra para comemorar. Esse projeto pode gerar um importante precedente na saúde bucal brasileira, melhorando sobremaneira o acesso de pacientes com necessidades especiais. “Estar aqui em Brasília por ter nosso trabalho escolhido em meio a tantos é incrível. Nele, nós mostramos que para melhorar o acesso dessas pessoas não é preciso tanto. Basta ter sensibilidade e, acima de tudo, querer ajudar o próximo”, finalizou.